Em um momento em que as marcas de luxo internacionais praticamente não tinham presença no Brasil, a Daslu oferecia serviços especializados para suas clientes em um estilo “casa de patroa” — com vendedoras uniformizadas e que tratavam as consumidoras como se estivessem em uma mansão.
Em meados dos anos 2000, Eliana Tranchesi inaugurou a Villa Daslu, um imponente edifício neoclássico, de 20 mil metros quadrados e construído ao custo de R$ 100 milhões, que chegou a ter 700 empregados. Porém, logo após a inauguração, a Daslu foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de sonegação fiscal. A empresária foi condenada, em 2009, por crimes como formação de quadrilha e falsidade ideológica e faleceu em 2012 em decorrência de um câncer.
Em 2010, a companhia entrou em recuperação judicial, com dívidas de R$ 80 milhões, teve a falência decretada em 2016 e nunca conseguiu se reerguer. Ainda assim, o resultado do leilão pelos direitos de uso de uso do nome Daslu, que ocorreu no dia 8/06, demonstrou que a marca ainda tem alguma força. Originalmente, o valor pedido era de apenas R$ 1,4 milhão e foi arrematada por R$ 10,5 milhões, superando todas as expectativas. Os recursos vão para a massa falida da empresa, incluindo os 5% de comissão destinados à casa Sodré Santoro, responsável pelo leilão.
No caso, é possível verificar que a marca ainda permanece como símbolo no mercado de luxo, além de ser parte do patrimônio da companhia, mesmo após a falência. Por isso é imprescindível registrar a marca.